Há dias em que o vazio nos enche.
As recordações de felicidade que não soubemos sentir,
mentiras que não conseguimos perceber,
outras que nunca por nós deveriam ter sido ditas.
Há dias como o de hoje em que percebemos quem amámos, quando amámos e que todas as outras paixões não se comparam a essa.
Hoje lembrei-me não da forma frenética como fodia-mos apertados no carro ou em qualquer recanto escuro, mas sim do orgulho que sentia quando passeava contigo de mão dada.
Vislumbro as tuas fotos e comparo-as às que gravaste no meu coração, não me esqueço da foto da cara metade que foi a primeira montagem que fiz, nem das petalas amarelas da tua flor preferida de que me custou tanto destruir numa lágrima.
Hoje lembrei-me de ti e da má pessoa que fui.
Olhando para trás vejo que melhorei muito, sou melhor pessoa... custa-me pensar que tenhas sido a pessoa certa numa altura incerta...
Há dias em que te amo, em que percebo que ainda nunca te consegui substituir, em que ainda governas o meu mundo, mesmo sem te amar nesta contradição.
Há dias assim, em que que vou adormecer com lembranças doces de ti, a pensar no amor de outra pessoa que quero e não tenho ou não conheço ainda.
Porque há noites assim, onde o vazio me embala e me sussurra que amanhã vou amar outra pessoa.
João Brito Pedroso
2007-12-06
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